segunda-feira, setembro 05, 2005 |
«FORCADO AMADOR» - OPINIÃO COM "FARPAS" |
Escritores, procuram-se! (RE)ESCREVER A HISTÓRIA DE SALVATERRA
«Olé»! As saudações especiais deste sempre vosso estimado FORCADO AMADOR e do cavalo FAÍSCA. As semanas anteriores serviram para retemperar energias e para pôr a leitura em dia. Aproveitei para ler o livro do Rui Mateus («Memórias de Um PS Desconhecido»), enquanto que o Faísca se dedicou ao «Manual Prático de Equitação». Fiquei estupefacto com as revelações do homem que, em tempos, esteve muito próximo de Mário Soares. Criação de uma empresa para absorver dinheiro, contactos estratégicos para injectar capital nessa mesma empresa... enfim. Eis, afinal, o legado de Mário Soares que poucos se atrevem a tornar público. Obrigado pelo testemunho, Rui Mateus. Se o povo já tinha motivos para votar no Cavaco, agora as justificações para tal são redobradas. E para quando um livro sobre o trajecto político de Salvaterra de Magos? Mas condensado, convenhamos. Até porque, nas últimas décadas, os feitos políticos da nossa classe dirigente local fizeram correr muita tinta. Portanto, matéria para a dita obra é coisa que não falta. Vamos aos capítulos?
Capítulo I - «A derrapagem do Partido Socialista» Falar de Salvaterra de Magos é, inevitavelmente, falar de grandes vultos políticos como Moreira e Gameiro dos Santos. Do primeiro, pouco há a acrescentar. Até porque desapareceu de cena e deixou a Câmara de Salvaterra num estado lastimoso. A política foi continuada pelo pouco admirado Gameiro dos Santos. O homem que passou dos Bombeiros para a Câmara. E que, depois disso, fez-se à Companhia das Lezírias. Isto sim: é currículo! Se a habilidade e a vontade política forem genéticas, o filho de Gameiro dos Santos encarregar-se-à de escrever o futuro do Partido Socialista de Salvaterra. Esperamos é que não vinguem as ideias «brilhantes» que vêm daquela cabecinha e que, graças a Deus, não têm passado disso mesmo: de ideias. Neste capítulo, o grande obreiro Nini nasce, respira e enterra-se a si próprio. É a morte do artista. Empurrado para as «feras», Nuno Antão não se apercebe dos «quistos» que o rodeiam. Teima em fechar os olhos, esquecendo-se que o que é hoje benigno, amanhã poderá transformar-se numa coisa maligna. Acorda, Nini, acorda...
Capítulo II - «Anita ou o poder que caiu do céu» A Pardal chegou, viu e venceu. Fruto da falta de alternativas e da desgraça conseguida pelo próprio Partido Socialista, o povo (ou aqueles que não ousaram fazer parte da vergonhosa abstenção) votou CDU. Quatro anos depois, o povo votou Bloco de Esquerda. Nem a mudança de partido atrapalhou os mais idosos. Ana Cristina Ribeiro é hoje uma mulher de armas. Aposta numa estratégia de marketing discreta - tal como a sua maneira de estar na vida. Veja-se, a título de exemplo, os seus placards em tamanho A4, com uma simples foto de rosto, o logótipo do BE e umas parcas palavras a anunciar a sua candidatura. A isto chama-se poupar recursos. Talvez por saber que vai ganhar a autarquia salvaterrense. Pena que Anita tenha perdido a humildade. Pena que tenha feito do betão a sua marca política. Pena que se aproveite da terceira idade para conquistar votos. Acorda, povo, acorda!...
Capítulo III - «A laranja que não cresce» Vejo no PSD de Salvaterra um partido à margem, que não cresce e que tem claramente falta de liderança. Muito por culpa de certas pessoas que, em vez de abandonarem o «barco» quando deviam, teimaram em fazer afundar o «navio». Ao PSD falta um líder com carisma. Ou seja: o contrário daquilo que foi o Jorge Burgal. Carlos Marques é bom demais para a política. Reconheço-lhe os méritos enquanto profissional e enquanto pessoa. Mas falta-lhe destreza e capacidade de vocação para cativar pessoas que estejam suficientemente à altura de assumir cargos locais. Já agora: não seria altura de renovar alguns nomes que aparecem sucessivamente nas listas para as Juntas de Freguesia?!...
Capítulo IV - «A CDU que perdeu a Anita» A CDU fez história com Ana Cristina Ribeiro. Ou terá sido a Anita que fez história com a CDU?!... De qualquer das formas, quer-me parecer que o Vasco Feijão é uma figura apagada. Muito apagada. Falta-lhe o fulgor necessário para aproveitar uma inevitabilidade: é que em Salvaterra o voto na CDU continua a ser a escolha dos mais idosos, que herdaram de geração em geração a «moda» de votar à esquerda. Para quando uma renovação a sério? E, já agora, um líder capaz de causar impacto?
Capítulo V - «No rasto do CDS» José Sasseti está para a política como Lili Caneças está para a cultura. Esta candidatura não combina bem. Acreditar que uma pessoa que se tornou conhecida através da televisão e que pode, por isso mesmo, reunir consensos e obter votos, é «cegueira política». As circunstâncias também não ajudam: o legado de Paulo Portas foi uma herança demasiado pesada para Ribeiro e Castro. Enfim... foi a sua passagem pela TVI, o seu envolvimento no Benfica... nada abona a favor do líder do PP. A não ser o facto de ser eurodeputado. Mas é pouco. Muito pouco. Os votos no Sasseti, em Salvaterra, não passarão de um desastre há muito anunciado.
Capítulo VI - «O futuro de Salvaterra» Algumas lições a tirar as próximas autárquicas (futurologia): o Bloco reunirá mais votos, a margem da maioria absoluta ficará drasticamente reduzida, o PSD irá registar uma subida, o Partido Socialista sairá claramente prejudicado e o CDS permanecerá adormecido. Aceitam-se apostas.
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Postado por José Peixe @ 10:49 |
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