OSTRACIZAÇÃO E APATIA POLÍTICA Hoje, o jornal "Público" trazia uma notícia breve sobre a concelhia socialista de Matosinhos que se assemelha aquilo que se passa em Salvaterra de Magos. O título diz tudo: «Narciso queixa-se de ser "ostracizado" pelo PS de Matosinhos».
Depois o texto não podia ser mais claro:
«Narciso Miranda decidiu ontem romper o silêncio, queixando-se de ser "ostracizado" pela concelhia do PS de Matosinhos, liderada pelo seu ex-número dois, Manuel seabra. Assumindo-se como um militante de base, Narciso reagia desta forma ao facto de não ter sido convidado pela organização da Convenção Autárquica do PS de Matosinhos que decorreu ontem, acusando-a de "excluir e ostracizar quem durante 30 anos construiu a gestão tranquila socialista" daquele concelho. Primeiro começaram por me dispensar, depois marginalizaram-me e agora estão a ostracizar-me, mas isso não abala a minha auto estima, primeiro, porque o povo não gosta daqueles que não cultivam os valores da gratidão, nem tão pouco tolera aqueles que não têm memória", afirmou, Narciso Miranda, o ex-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos».
E o que têm a dizer alguns militantes socialistas como o histórico José Gameiro dos Santos (e tantos outros!) sobre a concelhia do PS de Salvaterra de Magos? Estão contentes com o rumo que o partido tomou nos últimos anos? Estão conformados? Ou optam pelo silêncio para não serem ostracizados como Narciso Miranda?
Afinal de contas qual é oposição que o vereador do PS na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Nuno Antão, tem feito à governação do Bloco de Esquerda? Não devia ser o Partido Socialista a afirmar-se como a grande alternativa no concelho de Salvaterra de Magos? É óbvio que sim.
Mas não se pense que esta apatia política é exclusiva do PS. No meu entender, em Portugal já não existe a oposição política. A nível nacional, o PSD em vez de se assumir como o maior partido da oposição, prefere fazer acordos "secretos" como o Governo de José Sócrates. Na Assembleia da República, os dois maiores partidos (PS e PSD) estabelecem um plataforma negocial entre si, que desacredita por completo a política. Os ditos partidos de Esquerda (PCP e BE) quase que nem se dá por eles. O CDS está reduzido a cinzas e ninguém reconhece Paulo Portas no hemiciclo de São Bento.
A nível concelhio parece acontecer exactamente o mesmo. Ana Cristina Pardal Ribeiro e o Bloco de Esquerda continuam a (des)governar tranquilamente, e os partidos da oposição parece que estão satisfeitos com tudo o que se está a passar. E escrevo PARECE porquê? Porque os vereadores Carlos Marques (PSD), Nuno Antão (PS) e Vasco Feijão (PCP) remeteram-se a um silêncio total, demonstrando que são incapazes de fazer oposição.
Ou estarei a ver mal o filme?
José Peixe
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