A Edição do "Diário de Notícias" trazia hoje uma Entrevista com a presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Ana Cristina Pardal Ribeiro. Uma Entrevista que nos faz pensar e repensar no autoritarismo que vai na cabeça daquela autarca que durante quatro anos esteve à sombra da bananeira e agora é que começa a aparecer. Eis o que foi publicado no matutino lisboeta: Entrevista Ana Cristina Ribeiro autarca do BE
"A oposição não tem alternativas"
Prevê-se uma campanha renhida em Salvaterra de Magos, para as próximas eleições. O BE procura a reeleição
Luísa Botinas (Texto) Martim Borges (Fotos)
Está confiante na sua reeleição? Quando estamos sujeitos à vontade popular não podemos contar nem com a vitória ou a derrota. Temos a consciência do trabalho que fizemos mas não partimos para estas eleições com a vitória adquirida. Teme alguma mudança nesses votos? Não, eu sou muito cautelosa. Relativamente ao trabalho feito qual o balanço?
Quando trabalhamos num concelho com tantas fragilidades ficamos sempre com a sensação que ajudámos a resolver uma parte significativa dos problemas. Mas fica também uma sensação de vazio e de angústia. Quais os problemas mais prementes que Salvaterra tinha quando chegou pela primeira vez à presidência?
Havia freguesias onde não existia abastecimento de água. Tínhamos uma ETAR que não funcionava. A rede de esgotos era muito reduzida tal como estradas pavimentadas. Vias estruturantes, ou não existiam ou estavam muito degradadas. Pavilhões desportivos, eram velhos e degradados. Não havia um espaço de lazer nem cultural. A recuperação dos patrimónios cultural e natural estava em degradação. Havia uma dívida imensa. Não pudemos, com os recursos que tínhamos e dos fundos que recebemos, apontar só para uma área. Estabelecemos prioridades mas foram várias. Construímos a pouco e pouco o concelho dando atenção às diferentes áreas de uma forma equilibrada e harmoniosa. O terceiro mandato, se ficarmos, será a continuação, porque o concelho não se esgota. Vamos investir noutras áreas onde anteriormente não pudemos. Fizemos um investimento de 6 milhões de contos nestes dois mandatos, no saneamento básico, no abastecimento, nas vias, na cultura, no desporto. O orçamento da câmara para este ano é de 3,2 milhões de contos. Como faz a avaliação dos mandatos enquanto eleita da CDU e do BE?
São coisas de que não gosto de falar. Fui militante do PCP durante muitos anos e depois deixei de o ser. Saí com mágoa. Mas está arrumado. Em relação ao BE, a maneira como concorri foi muito natural. O BE defende que não são os iluminados que não conhecem o concelho que podem estar a dar ordens. Quem cá está é que conhece os problemas. Como é que é o seu relacionamento com a oposição? Esta diz que não tem gabinetes. Porquê?
Porque não há oposição. Já fui oposição muito anos e incomoda-me o papel que a actual tem assumido. Vota contra, não porque tem projectos alternativos mas porque é oposição e afronta a presidente insinuando acusações como no caso das irregularidades nos bombeiros [caso Sirene Oculta]. Dos projectos para o próximo mandato, destaca algum?
Nunca destaco uma obra. Mas um dos projectos em que estamos apostados é o da dinamização turística do concelho assente na Lezíria, no Tejo, no Touro e no Cavalo. Em associação com privados para vender a "marca" Salvaterra. Salvaterra é o concelho que tem a maior taxa de desemprego do distrito de Santarém. Salvaterra conseguiu recuperar atrasos em várias áreas, mas na questão das zonas industriais não. Demos condições à zona industrial [ZI] de Muge, já existente. Os loteamentos industriais que estão nos serviços são acompanhados atentamente para que o desenvolvimento finalmente se concretize. NOTA DO EDITOR DESTE BLOGUE: Com a publicação desta Entrevista está dado o tiro para o início da Campanha Eleitoral das próximas Eleições Autárquicas, só esperamos que a Oposição se afirme efectivamente como uma Alternativa mais coerente do que a autarca que nos tem governado ao longo destes oito anos. Vamos UNIR esforços e provar a Ana Cristina Pardal Ribeiro e ao Bloco de Esquerda que no concelho de Salvaterra de Magos existem outras alternativas para além dela. |