Afinal não é só no PS de Salvaterra e de Tomar que existem problemas. Segundo uma Notícia retirada no semanário "O Mirante", aquele órgão de Comunicação Social que a presidente da Câmara Municipal de Salvaterra odeia, no Cartaxo também "rebentaram" alguns ajustes de contas políticos. Enfim...
A vereadora socialista Elvira Tristão renunciou ao seu mandato na Câmara Municipal do Cartaxo. A decisão foi comunicada oficialmente ao presidente e ao restante executivo na reunião de segunda-feira, tendo sido a resposta da vereadora ao facto de Paulo Caldas - que além de presidente do município lidera também a concelhia socialista do Cartaxo - não contar com ela para integrar as listas às eleições autárquicas de Outubro.
No seu pedido de renúncia, Elvira Tristão justificou a sua posição referindo que dado o facto de Paulo Caldas já ter dito que não contava consigo, e de as pessoas por si escolhidas para o próximo mandato já estarem a trabalhar na autarquia, lhe seria “muito penoso” concluir o mandato.
“Os próximos três meses de funções pouco contribuiriam para a prossecução dos objectivos a que me propus – até porque a maior parte está cumprida ou em andamento no que respeita a este ciclo autárquico”, acrescentou a vereadora.
Contactada pelo jornal "O Mirante", Elvira Tristão revelou ainda que sempre pensou que continuaria na lista socialista à câmara, garantindo que há cerca de cinco ou seis meses foi convidada por Paulo Caldas para continuar. Convite reiterado posteriormente por várias vezes.
Segundo disse, somente no dia 21 de Junho foi informada pelo presidente da câmara e da concelhia que afinal já não faria parte da lista.
Na hora da saída, Elvira Tristão agradeceu ao vice-presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, o apoio que sempre lhe deu. “Ainda que com discrição, foi dos únicos que apoiou o meu trabalho”.
Questionado pelo nosso jornal sobre as declarações da ex-vereadora, Paulo Caldas não quis alongar-se nos comentários, assumindo que foi uma “decisão pessoal”. O presidente da câmara diz que nunca fez nenhum convite formal a Elvira Tristão para que esta continuasse na equipa, apenas sondou a sua intenção ou não de continuar, uma sondagem que fez a várias outras pessoas.
“Este mandato foi muito difícil e o próximo não será mais fácil. Por isso é necessária uma equipa forte e capaz de responder às exigências que se nos vão deparar. Sei que tenho uma liderança difícil mas a exigência que tenho para comigo é ainda maior do que a que tenho para com os meus colaboradores”, afirmou Paulo Caldas.
Elvira Tristão era responsável pelos pelouros da Água e Saneamento; Núcleo de Informática; Serviço de Protecção Civil e Bombeiros Municipais no que respeita aos Bombeiros Municipais; Desenvolvimento e Acção Sócio-Cultural: no que respeita às áreas de Desenvolvimento Económico (Sector de Turismo) e Acção Sócio-Cultural (Sectores de Ensino, Museu Rural e Galeria de Exposições, Saúde e Acção Social) e coordenação da Actividade do Conselho Local de Educação, Conselho Local das Colectividades e da Biblioteca Municipal.
Até às eleições de Outubro, estes pelouros ficam distribuídos pelo presidente e vice-presidente da autarquia, tendo o vereador Fernando Santos ficado com competências na área da Divisão de Águas e Saneamento e do Serviço Higio-Sanitário.
Para substituir Elvira Tristão vai assumir o cargo de vereador João Soares, técnico superior do grupo Caixa de Crédito Agrícola.
A segunda renúncia

em menos de um mês
A renúncia de Elvira Tristão é a segunda de vereadores do PS no espaço de um mês. No dia 7 de Junho, Augusto Parreira, a quem em Fevereiro de 2003 Paulo Caldas havia retirado os pelouros que lhe estavam atribuídos, renunciou também ao mandato, invocando razões pessoais.
O facto foi comentado pelo vereador do PSD, Vasco Cunha, que recordou que esta foi a primeira vez em 30 anos de poder democrático no Cartaxo que verea-dores abandonaram as suas competências, o que o leva a concluir que estes não têm espaço de manobra para desenvolver o seu mandato.