Homens armados invadem aldeia indígena em Roraima
Instalações do Centro Índígena de Surumu, invadidas e destruídas a 17 de Setembro de 2005 Seis homens armados invadiram a aldeia Cumanã I, na manhã de quinta-feira, 9 de Março, na área indígena Raposa Serra do Sol, Brasil, situada a 200 quilómetros de Boa Vista, capital do estado de Roraima. A notícia chegou a Boa Vista, via rádio, difundida pelo Centro de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol, situado em Surumu. Segundo o CIR – Conselho Indígena de Roraima, seis homens não índios armados de revólveres “entraram na comunidade atirando para o alto”, informou o tuxaua Tedir Alves, líder indígena. A aldeia Cumanã I foi invadida e os moradores foram cercados, sem poderem sair do local. Segundo o mesmo tuxaua, os homens ameaçaram atear fogo às casas. Esta invasão faz lembrar o que aconteceu em 17 de Setembro de 2005. Nessa data um grupo de jovens, comandados por fazendeiros, invadiu e lançou fogo ao Centro de Surumu, destruindo-o quase na totalidade. O departamento jurídico do CIR formalizou a denúncia do tuxaua Tedir Alves, às 12 horas de hoje. A carta dirigida à FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e à Polícia Federal solicita que os órgãos federais enviem agentes para averiguar a situação e evitar novos conflitos. Às 16 horas, o administrador substituto da FUNAI, José Raimundo, informou o CIR que na manhã de sexta-feira uma equipa da FUNAI e da Polícia Federal irão até Cumanã I e Nova Vitoria averiguar a denúncia. O aproximar-se de 15 de Abril e a consequente retirada obrigatória dos invasores faz aumentar a tensão em toda a Raposa Serra do Sol, principalmente nas áreas mais próximas das lavouras de arroz. Após a homologação, os rizicultores prometeram resistência armada a qualquer tentativa de retirada compulsória da terra indígena. O tuxaua Tedir Alves é vice-coordenador da região de Surumu, e actualmente responsável por uma equipa de vigilância do Centro de Formação, para evitar que o local seja novamente invadido e destruído. |