terça-feira, agosto 09, 2005 |
«FORCADO AMADOR» - OPINIÃO COM "FARPAS" |
As despesas da Câmara de Salvaterra O PREÇO DE UMA AUTARQUIA
Um grande «Olé!» para todos os cibernautas e as saudações especiais do «Faísca», esse cavalo veloz que percorre a lezíria em busca de pasto e água. Terminadas as Festas de Marinhais, é tempo de fazer o respectivo balanço: o lucro apurado na roloute «Farturas Faísca» não deu, sequer, para as despesas. Conscientes do desastre financeiro, eu e o cavalo ponderamos seriamente não marcar presença nas Festas de Muge, durante o próximo fim-de-semana. Lamentamos desiludir os nossos fregueses habituais, mas a vida custa a todos e para prejuízos já bastaram os anos em que andei a levar cornadas dentro da Praça de Touros de Salvaterra. Aproveito para dar a boa nova: o palheiro do «Faísca» já tem Banda Larga! Não estou a falar da largura das paredes. Falo de um poderoso sistema de navegação na internet, a uma velocidade supersónica. Graças a esta realidade tecnológica, e ao equipamento instalado junto à manjedoura do cavalo, decidi investigar o site da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. Vamos, como sempre, aos factos? A INVESTIGAÇÃO - O PRINCÍPIO Sob o nome de código «Forcado Amador», armei-me em Inspector-Geral das Finanças e decidi explorar o site da autarquia. Por outras palavras: decidi interpretar o Plano de Actividades, onde consta o orçamento relativo a 2005.
O TEMPO DA INVESTIGAÇÃO A investigação demorou o tempo necessário para ingerir 5 litros de vinho tinto, engarrafado há 3 anos e conservado a uma temperatura de 10 graus celsius. A ausência de luz durante a conservação tornou o líquido mais leve. À tonalidade rosada, alia-se um aroma adocicado único. É, portanto, uma bela pinga.
OS RESULTADOS Segundo os documentos online da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, foram gastos em despesas de representação qualquer coisa como 35 mil euros. Traduzindo: estamos a falar de 7 mil contos. Se tivermos em conta que foram gastos apenas 150 euros (30 contos) em vistorias, realmente os 35 mil euros em despesas de representação são significativos. Das duas, uma: ou os vários interesses impedem que haja mais vistorias (e motivos para vistoriar não faltam!) ou a Anita gosta de se preocupar menos e ganhar mais. Outro facto: na secção «Prémios, Condecorações e Ofertas», estão implicados 5 mil euros (mil contos). Ena! Somos um concelho cheio de gente prestigiada, premiada e muito prendada. Vamos a outras despesas interessantes:
Publicidade - 30 mil euros Promoção Turística - 2 mil euros Promoção do Mês da Enguia - 2 mil euros Apoio ao Artesanato - 500 euros Prevenção Fogos Florestais - 500 euros
Muito dinheiro se pouparia se a Câmara de Salvaterra evitasse a publicação daqueles boletins que mostram «obra feita». Aquilo não contribui para a felicidade de ninguém (a não ser para o bolso de quem os faz). Consideramos que isso faz parte das despesas de publicidade (onde foram gastos 6 mil contos!), dado que o boletim não passa de um folheto de propaganda. E depois, ouvimos a Presidente da Câmara a defender os interesses da população, a preocupação ambiental e a necessidade de apostarmos nos aspectos culturais. Isso nota-se nos números: 100 contos para apoiar o artesanato (nem dá sequer para meia dúzia de carrinhos de linhas para as bordadeiras da Glória!) e outros 100 contos para prevenir fogos florestais (não é de estranhar, por isso, que o concelho esteja reduzido a cinzas). Alguém consegue dar um curso intensivo de gestão autárquica à Anita?! É que há coisas tão elementares que um forcado como eu fica mais fulo do que um touro enraivecido.
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Postado por José Peixe @ 10:37 |
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