BRUXARIA PROVOCA INCÊNDIOS NOS PINHAIS DE SALVATERRA
Num concelho onde não existem jornais e onde alguns órgãos de Comunicação Social como "O Mirante" estão proibidos de fazer a cobertura das Assembleia Municipais (e não só!), convém destacar algumas notícias ou reportagens que no fundo trazem Salvaterra de Magos para a ribalta informativa. É o caso das bruxarias que se praticam nas nossas florestas. Os rituais de bruxaria praticados nos pinhais de Salvaterra de Magos assumiram consequências graves ao provocarem incêndios florestais. Práticas de bruxaria num pinhal de Salvaterra de Magos provocaram um incêndio de grandes proporções. O caso aconteceu na quarta-feira, 6 de Julho, e está a ser investigado pela polícia florestal. Dias antes já tinha havido uma situação idêntica, mas que por sorte não teve consequências graves. No local onde começou o incêndio, na zona de Caniçais, no limite com o concelho de Almeirim, foram encontrados objectos ligados à prática de magia negra e bruxaria. Velas brancas e pretas, bonecas com alfinetes espetados, carne que se julga ser de aves e garrafas. Suspeita-se que o incêndio tenha sido provocado pelas velas que foram deixadas a arder no pinhal e terão pegado à vegetação. Por causa disso arderam cerca de cinco hectares de árvores e mato. Para combater o incêndio, que começou às 17h50, foram mobilizadas dezasseis viaturas e mais de 20 bombeiros das corporações de Salvaterra de Magos, Benavente, Samora Correia, Almeirim, Alpiarça, Voluntários de Santarém e Coruche. Em 22 de Junho, um outro incêndio, perto da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Salvaterra, no local conhecido por Pinhal dos Mouros, deflagrou um incêndio, suspeita-se que com as mesmas causas. Nessa altura a intervenção dos bombeiros evitou que as chamas atingissem grandes proporções. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, Carlos Leonel, disse a "O Mirante" que não é a primeira vez que durante o combate a incêndios no concelho se encontram objectos ligados à magia negra. Mas, ressalva, "até agora ainda nenhum incêndio tinha sido provocado por essas práticas". “Parece que há alguma perturbação social que leva as pessoas a fazerem coisas destas”, sublinha o comandante, alertando para o perigo que casos destes representam. O técnico do núcleo florestal do Ribatejo da Direcção Geral dos Recursos Florestais, Rui Natário, salientou que "nos últimos três anos, pelo menos, nunca se ouviu falar de incêndios provocados por actos de bruxaria na região". Mas elucidou que já se deram situações do género na zona centro do país. Para Rui Natário, "este novo fenómeno preocupa os técnicos que lidam com a prevenção de incêndios, mas considera que ainda não são preocupantes porque são situações esporádicas". De todo o modo considera que "ir para a floresta fazer lume numa altura destas é uma coisa impensável e que não pode acontecer". As práticas de bruxaria no concelho de Salvaterra não são novidade. Em Novembro de 2003, "O Mirante" dava a conhecer um ritual que tinha decorrido num pinhal de Glória do Ribatejo. Uma amarração para conquistar um amor proibido era a justificação provável para a encenação de um banquete romântico no meio da floresta. Na altura foram encontrados Ananás, uvas, laranjas, papaia, manga, mel, leite creme, cravos vermelhos, charutos, vinho e bebidas espirituosas dispostos num círculo improvisado no meio de um pinhal no lugar de Corsos. O piso foi limpo e coberto de açúcar amarelo, ao lado foi aberto um buraco onde arderam dezenas de velas brancas, enquanto outras permaneciam intactas em redor da mesa improvisada. Antes, em Julho de 2001, o nosso jornal noticiou outros casos em pinhais do concelho, onde foram encontradas várias peças de roupa e objectos pessoais queimados. Para Comentar: salvaterraefixe@hotmail.com |