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| terça-feira, setembro 20, 2005 |
| CAMPANHAS MILIONÁRIAS |
 Os orçamentos dos partidos
A VERDADEIRA «ENGENHARIA FINANCEIRA»
Numa edição recente, a revista VISÃO retratou a questão dos orçamentos previstos para as campanhas de cada partido político. E, a avaliar pelos números, podemos mesmo falar de campanhas milionárias. Vejamos o caso de Lisboa: nas eleições locais de 2001, o PS planeou investir 150 mil euros e o PSD gastou 100 mil. Em 2005, o orçamento socialista na capital engordou para mais de 455 mil euros e o social-democrata ultrapassou os 505 mil.
Os orçamentos são apenas o primeiro instrumento de prestação de contas. Empolados ou não, o que é certo é que, pela primeira vez, estão sob o olhar atento da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos. A entidade está situada num antigo edifício da Rua do Século, em Lisboa, e tem-se trabalhado pela noite fora. Os três elementos que compõem a comissão, as secretárias e o informático de serviço não têm mãos a medir. Por estes dias, passaram a pente-fino os prints empilhados, por ordem alfabética, sobre as mesas, com as previsões de gastos.
Depois das eleições, as despesas serão verificadas concelho a concelho, ao contrário do que aconteceu nas autárquicas de 2001, em que cada partido as apresentou da forma que melhor entendeu.
Em suma, o trabalho da entidade passa pela investigação e análise de informação, como o de qualquer agência de espionagem. Se uma candidatura declara que colocou 20 outdoors, mas no terreno, afinal, estão 40, a entidade tem razões para crer que há ilícito e que o excedente foi pago com verbas extra-orçamento, logo, pode suspeitar de financiamentos proibidos.
A finalizar, uma nota curiosa: José Sassetti (CDS) poderá gastar até 112 241 euros para fazer frente à actual presidente da Câmara de Salvaterra de Magos. O orçamento da autarca fica-se pelos 39 500 euros!...
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Postado por José Peixe @ 15:45   |
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