segunda-feira, setembro 19, 2005 |
«FORCADO AMADOR» - OPINIÃO COM "FARPAS" |
AS LIÇÕES DO PROFESSOR MADELINO
Uma saudação especial a todos os que me acompanham nesta verdadeira roda viva. Como bom FORCADO informado que sou, dei hoje por mim, armado em intelectual, a ler o suplemento de economia do «Diário de Notícias». Para meu espanto, dou de caras com um ribatejano de gema que é, tão somente, o mandatário da candidatura do jovem socialista Nuno Antão. Francisco Madelino, economista de sucesso, professor universitário de renome e actual presidente do IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, deu uma magnífica entrevista ao DN. É certo que não compreendo metade do que ele disse. E, como eu, acredito que estejam mais uns quantos portugueses para quem a macro e a micro-economia são conceitos só comparáveis à difícil tarefa de andar na monda do arroz, do nascer ao pôr-do-sol. Ou seja: não se percebe nada, mas há-que fazer por perceber. A abertura da entrevista começa por referir a ameaça dos produtos oriundos dos países de leste e da China. Nada de novo, portanto.
Mais à frente, o primeiro dado a reter: "(...) o desemprego está a evoluir assimetricamente em termos regionais, com Lisboa e Vale do Tejo a registar uma redução". Bolas! Lá se foi a grande causa do Nini, que apregoa aos «sete ventos» que o concelho de Salvaterra é o mais alto do distrito, blá, blá, blá... Quanto a previsões, regista-se a seguinte informação: "a previsão é que haja uma estabilização até final do ano. O IEFP contabiliza cerca de 460 mil pessoas desempregadas. Não é expectável que se ultrapasse os 500 mil até final do ano". Eis, então, o segundo dado importante: há 460 mil gajos a desesperar por um emprego, mas (alegrem-se os mais infelizes!) o número não há-de ultrapassar os 500 mil (pelo menos dentro dos próximos... 3 meses). Estamos mais descansados.
Outra lição do professor Madelino: "se, por um passe de mágica, Portugal passasse a ter um padrão sectorial idêntico aos países mais ricos, uma parte significativa da sociedade portuguesa seria excluída desse processo". Nem Luís de Matos diria melhor! À luz do visionário Madelino, de nada vale o país entrar na rota da inovação e do desenvolvimento. Para quê?! Afinal, há gente demasiado burra incapaz de lidar com tanta inovação. Somos portugueses. Não há nada a fazer...
Mais à frente, o excelentíssimo presidente do IEFP (e grande gloriano de origem!), esclarece que "estão a ser privilegiadas áreas onde existe formação no posto de trabalho com equivalência ao 11.º ou 12.º ano, o chamado nível 3. Há ainda cursos de educação/formação (nível 2), isto é, 9.º ano mais formação profissional, que pode ou não ter estágio em empresa". O que se passa é isto: de nada vale investir-se num canudo, uma vez que as saídas profissionais para licenciados está na rua da amargura. O que falta ao país, isso sim, é pessoal técnico. Esqueçam a formação superior. Aliás, há sérios casos de sucesso que ilustram esta teoria (para mais pormenores ver o percurso escolar do Nini).
Eu, que já sou um FORCADO em pleno gozo da minha mísera reforma, aconselho vivamente os meus ilustres admiradores a enveredarem pelo caminho da profissionalização. Canalizador, pedreiro, carpinteiro, presidente de câmara, político... São profissões de futuro, com altos níveis de rentabilidade económica. Façam o favor de irem ao centro de emprego mais próximo e pedir informações adicionais. Depois digam que não os avisei.
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Postado por José Peixe @ 17:04 |
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