sexta-feira, setembro 29, 2006 |
O Futuro de Salvaterra de Magos |
Aproveito a deixa do encontro nos Foros sobre o Plano de Ordenamento da Barragem de Magos. Este Plano é um instrumento de Planeamento de suma importância. Vai gerir a ocupação do solo nesta área nos próximos anos. Creio que o objectivo principal será a preservação do ecossistema que constitui todo o território envolvente à Albufeira de Magos (nunca percebi porque chamam Barragem a uma mera Albufeira...). E isto, este debate, vem numa altura interessante para nós: o PDM estará a ser revisto, mais cedo ou mais tarde, o que implicará também um profundo debate no nosso município. Aliás, já ocorreu a fase de reclamações pessoais dos cidadãos. Que futuro queremos para nós e as gerações vindouras? Queremos continuar a permitir que se cimente todo e qualquer pedaço de terra? Vejam como está Marinhais... É uma manta de retalhos: visto do ar, uma quadrícula de ruas polvilhadas de casas, com hortas e quintais. No actual PDM, o interior dos quarteirões é, na maior parte dos casos, Reserva Ecológica Nacional (REN), não se permitindo qualquer construção. Ora, como todos sabemos, há muitas "aberrações" concelho adiante, protagonizadas por construtores mais ou menos conhecidos da nossa praça e permitidas, no seu tempo, quer pelos governos socialistas quer já pelo executivo real e actual. Temos que pensar e discutir, entre todos, sem ferir os interesses dos que menos têm. E não nos deixemos enganar pelos "opinion makers" que representarão os construtores e as imobiliárias que vão fazendo fortuna com a depradação do nosso território.
Antes de mais, no profundo debate sobre "Que concelho queremos?", temos que ter em conta as necessidades dos habitantes, mas também um profundo e renovado respeito pelo ambiente. Respeitar a vocação agrícola do nosso concelho; respeitar a charneca, preservando-a. E, se é verdade que o turismo pode ser uma peça interessante na vida do nosso concelho, faz todo o sentido que aproveitemos as actuais potencialidades, que cultivemos a paisagem para melhor a podermos vender. Sim, a lezíria, os pauis, a charneca. A paisagem sempre esteve ligada às condições naturais do território mais a actuação do homem sobre o mesmo. E, se vamos continuar a encher as nossas freguesias de moradias e vivendas, a paisagem resultante não será, garanto-vos, minimamente atractiva para um turista.
O turismo pode dar muito dinheiro. Temos visto como se enche Salvaterra com o Mês da Enguia. Bem: se não cuidarmos o Tejo, se continuarmos a permitir descargas poluentes como as que diariamente o sufocam, ficamos sem enguias, sem Mês da Enguia, sem turistas e sem dinheiro. O que quero mostrar é que o nosso concelho só se viabilizará se houver uma outra consciência em relação ao território, ao rio mas também aos solos que pisamos diariamente.
O actual executivo tem sido incapaz de parar com a agressão ao Tejo. Vai chamando a atenção para as ilegalidades dos areeiros, e bem. Mas fecha os olhos, por exemplo, à contaminação da Ribeira de Muge, oriunda do Aterro Sanitário da Raposa... ou à limpeza das margens das valas e do Tejo...
Urge participar nestes dabates, urge pensar e discutir que concelho queremos deixar aos nossos filhos. |
Postado por Anónimo @ 19:47 |
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