SOLIDARIEDADE OU NEM POR ISSO A maioria dos centros de Actividades de Tempos Livres (ATL) pondera encerrar ainda este ano devido à redução do financiamento estatal. Com cortes que podem atingir os três milhões de euros, as instituições alertam para o perigo de deixar na rua milhares de crianças e seis mil trabalhadores no desemprego.O prolongamento do horário das escolas do primeiro ciclo e a anunciada redução do financiamento público atribuído aos ATL abriu uma guerra entre o Governo e as Misericórdias e instituições particulares de solidariedade social (IPSS). Segundo dados da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), dos 1.200 ATL existentes em todo o país, só 200 deverão continuar a receber as mesmas verbas, por as escolas mais próximas ainda não funcionarem em horário alargado. "Não podemos deixar de protestar violentamente contra esta política que desprotege completamente as crianças. A prazo, o que vamos ver é mais crianças na rua porque as instituições, por maior que seja a boa-vontade, não têm condições económicas para manter o sistema", disse à Lusa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos. Os serviços da Segurança Social estão a notificar as instituições da cessação do acordo de financiamento, alegando que o serviço de ATL deixou de ser necessário graças ao prolongamento do horário das escolas da antiga primária, abertas até às 17:30 desde 2005. Fantástico. Ontem o primeiro ministro anunciou na Assembleia da República mais apoio para as famílias portuguesas. Ou seja, numa altura de crise política no Governo, José Sócrates fez questão de dizer que estava preocupado com os mais pobres. Mas a realidade parece ser bem diferente.
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