UHF: entre o passado (glorioso) e o presente (ostracizado)
Depois de uma longa travessia no deserto, os UHF tentaram, há pouco menos de uma década, ressuscitar das cinzas. A saída de Renato Júnior ditou, como seria de esperar, uma fase menos boa. Afinal, o seu enorme talento enquanto compositor é sobejamente reconhecido - e a prová-lo estão alguns dos êxitos mais conhecidos da banda de Almada, formada há 29 anos. Renato foi um dos últimos elementos que restou da antiga formação (foto de cima).
Hoje, o grupo de António Manuel Ribeiro (foto inferior) está descaracterizado. Quer se concorde ou não, dos UHF só resta o nome. A jovialidade que se tentou imprimir com a entrada de elementos mais jovens (como é o caso do filho de António Manuel Ribeiro) não se coaduna com a qualidade artística dos anos 80 - considerados os tempos áureos da banda. A comparação é inevitável. Até porque se os UHF estivessem apenas dependentes daquilo que são hoje, certamente não iriam aguentar as pressões de um mercado altamente competitivo. Os "cavalos de corrida" cansaram-se...
Os UHF resistem não só por causa do passado, mas também porque há ainda uma "imensa minoria" de admiradores que continua a acompanhar o trabalho do grupo. A recente crise que tem trilhado o caminho dos UHF é conhecida: a agenda de espectáculos começou a ficar cada vez menos preenchida, os cachets para as actuações careceram da devida actualização e os bares e outros locais inóspitos passaram a ser aceites pela banda como sítios obrigatórios (à falta de melhor).
Até as incursões de Manuel António Ribeiro por mundos alternativos (como o da poesia) passaram despercebidas. A técnica não é nova: também Adolfo Luxúria Canibal, o célebre líder dos Mão Morta, atalhou pelo mesmo percurso. Embora, diga-se em abono da verdade, que o nível intelectual de Luxúria Canibal e a sua perspectiva de olhar para tudo o que nos rodeia seja, de facto, interessante (a escrita de M. A. R. deixa um certo vazio no ar, lembrando meras letras de canções). Pensou-se (pelo menos, M. A. R. terá pensado...) que o hino do Benfica seria uma forma (mesmo com a dimensão que se conhece) de ajudar a catapultar, de novo, a banda. A música (note-se: a música...) teve direito a disco de ouro, é certo. Mas apenas houve um dado significativo a reter: a fama é mesmo efémera... MARKLIANO |
Ó Pavik esta não men! como é que tu te deixaste levar pelo Markliano pá. Atão tu na sabes como é que agente gosta dos UHF.
Porra Pavik. É muita mau este Poste.
Memo Certo