Jornalista José António Cerejo "Público" JORNALISMO DE INVESTIGAÇÃO Ontem, o jornalista José António Cerejo escreveu no jornal "Público" o seguinte: "Sócrates assinou durante uma década projectos da autoria de outros técnicos; Na Guarda, nos anos 80, foram projectadas casas com a assinatura do actual primeiro-ministro. os donos dizem que contrataram outro técnico".
Hoje, o mesmo jornalista voltou à carga para demonstrar que o "Deputado Sócrates exerceu funções privadas enquanto recebia subsídio de exclusividade; Parecer da procuradoria assinala incompatibilidade de tal abono com o exercício de uma profissão liberal".
O primeiro-ministro José Sócrates defende-se afirmando que se trata"de um ataque pessoal e político" à sua pessoa. Mais, Sócrates lamenta "muito este tipo de exercício jornalístico", não sabendo "se é jornalismo ou política".
Que eu saiba, o jornalista José António Cerejo limitou-se a fazer jornalismo de investigação e de denúncia. É que os factos que foram publicados no jornal "Público" por José António Cerejo são de tal forma graves que por si só merecem ser investigados e noticiados. Quantos políticos são (e foram investigados!) mesmo já depois de terem cessado as suas actividades políticas.
Fique a saber o senhor primeiro-ministro que quanto maior é o cargo político que se ocupa, menor é a reserva da privacidade. Ou Portugal não é mais um país democrático, onde os jornalistas possam fazer jornalismo de investigação e denúncia? José Peixe |