terça-feira, julho 19, 2005 |
«FORCADO AMADOR» - OPINIÃO COM "FARPAS" |
A LISTA de ANITA
Com o «Faísca» acamado (cavalo d'um raio, que agora é que se lembrou de ficar doente!), não tive outra opção senão pôr no corpo a minha melhor vestimenta de forcado e arranjar coragem para me meter num avião. Lancei um último olhar sobre a lezíria. O sol ia já no horizonte. O céu estava invadido por uma extensa nuvem de fumo, por causa do incêndio de Muge. Fui para o aeroporto de táxi. Paguei o equivalente a 3 investidas na arena, mas que se lixe. O importante é que não há nada que pague uns merecidos dias de férias. A Madeira foi o meu refúgio escolhido. Mas já lá vamos. Pelo caminho, pedi ao taxista para parar junto à praça de touros de Salvaterra. Parámos, sai do carro e atravessei a rotunda. Estive durante uns bons 10 minutos a observar atentamente a estátua erguida pela Anita. A estátua de um cavaleiro perseguido por um touro. A personificação da «festa brava». A bandarilha daquele homem de bronze fez-me verter lágrimas de saudade. Engraçado, esta coisa de mandar erguer uma estátua sobre uma coisa que deixou de acontecer na praça de Salvaterra. Adiante. Passamos já para a Madeira. Instalei-me num hotel sofisticado que me custou os olhos da cara. Aproveitei o primeiro dia para procurar vestígios da arte taurina. Nada encontrei. Tirando, claro está, o Parlamento lá do sítio. Foi aí que encontrei o Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim. O forte abraço do homem fez-me ver que ele estava recordado de mim. Perguntou-me por novidades no Ribatejo. Contei-lhe as «investidas» da Anita, que o clima pré-eleições estava a aquecer e por aí fora. O Alberto João Jardim mostrou-se desconfiado. «Como é possível que essa gaja queira fazer concorrência à minha pessoa?», cuspiu em tom provocatório, a propósito do tempo que a Anita se tem aguentado na Câmara de Salvaterra. Falei-lhe então do Pedro Choy. O corpo do Alberto João inchou de fúria. Apertou os punhos, arregalou os olhos e não se escusou de mandar mais uma cuspidela: «F...-se! 'Tou farto dessa cambada de chinocas que têm a mania que mandam nesta m...! Ele por acaso está cá na Madeira a passar férias? Se estiver, é mesmo para ele ouvir! Que pegue nas suas agulhas e as enfie nas orelhas dos seus compatriotas!». A pouco e pouco, fui-me afastando. Ainda o ouvi balbuciar qualquer coisa do género: «vou fazer as malas e já vos vou ensinar como é que é. Querem tourada, vão tê-la!». Alberto João estava dominado pela raiva. Regressei, abalado, no próprio dia ao Ribatejo.
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Postado por José Peixe @ 10:50 |
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