6%, o valor mais alto desde há seis anos Como se previa (efeito do espirro), o mercado monetário europeu agitou-se, em consequência dos problemas do crédito hipotecário de elevado risco nos EUA. Estes problemas americanos, têm estado a pressionar em alta o preço do dinheiro na Europa. O primeiro sinal deste espirro foi a taxa de juro que serve de indexante à maioria dos empréstimos à habitação em Portugal voltou hoje a subir. Já está nos 6%, o valor mais alto desde há seis anos.
A título de exemplo, a prestação mensal à habitação sobe 102 euros desde o início de 2007 (para um crédito de 100 mil euros, a amortizar em 30 anos e indexado à taxa de juro euribor a seis meses). Nestes sete meses e meio, a subida da euribor a seis meses é de quase 21%. Só em juros as famílias portuguesas deverão pagar mil milhões de euros a mais até ao fim de 2007.
Ocorrem-me 4 questões para as quais não consigo encontrar resposta: I – Onde vão as pessoas arranjar dinheiro para suportar estas subidas das taxas de juro se os ordenados miseráveis continuam na mesma? II – Como é possível os bancos continuarem a somar escandalosamente recordes de lucro? III – Onde está a prosperidade prometida ao povo português? IV – E a gente não faz NADA? |
Ah! pois é e isto é só a ponta do iceberg. Só para termos uma pequena ideia da gravidade da situação, o Banco Central Europeu (BCE), já injectou mais dinheiro no mercado nos últimos dias, do que quando aconteceu o 11 de Setembro.
A Euronext Lisboa terminou a sessão de hoje em forte queda, liderando as perdas entre as praças europeias. O PSI-20 encerrou nos 12.154,50 pontos, uma quebra de 4,53%. As restantes bolsas do Velho Continente registaram descidas superiores a 3%.
E o que passa nos órgãos de comunicação portugueses?
– o sangue pode não ser da Maddie;
– PGR abriu inquérito a apito encarnado;
– está mau tempo (ainda não percebi porque é que, quando chove dizem que está mau tempo);
– perde-se muitas malas no aeroporto da portela;
– o Cristiano Ronaldo foi expulso;
– etc., etc., etc.