CONTRA A REORGANIZAÇÃO DO TURISMOSegundo a agência Lusa, o presidente da Região de Turismo Leiria/Fátima, Miguel Sousinha, manifestou-se hoje contra o processo de reorganização do turismo regional, acusando o ministro da Economia e o secretário de Estado do Turismo de "mentir claramente aos portugueses". Miguel Sousinha acusou Manuel Pinho e Bernardo Trindade de faltarem à verdade porque "declararam que com a aprovação do Decreto-lei que cria as novas entidades regionais de turismo teríamos uma redução de 19 para cinco", quando nasceram "o dobro, ou seja dez, e ainda mais duas possíveis para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto".
"Não se trata de uma mentira inocente mas sim de tentar enganar a opinião pública com declarações falaciosas de uma reorganização falhada, feita à medida dos interesses económicos ou políticos instalados na actual politica do turismo", acusou, em conferência de imprensa hoje à tarde.
O presidente da Região de Turismo de Leiria/Fátima (que será dividida em três áreas regionais de turismo, segundo o novo modelo de reorganização) contesta "a incoerência subjacente a este Decreto-lei na definição destas novas áreas, em detrimento de um dos principais circuitos turísticos existentes em Portugal, como é o caso de Óbidos, Nazaré, Alcobaça, Batalha, Fátima e Tomar".
Miguel Sousinha critica ainda o tratamento dado a Fátima, "único destino internacional de turismo religioso em Portugal", que foi "completamente banalizada e marginalizada por este Governo".
"Este Decreto-lei é um embuste, uma falácia, não serve o sector do turismo, não reorganiza o território de forma coerente, destrói marcas de turismo prestigiadas e construídas eficazmente ao longo dos anos, governamentaliza as novas estruturas, destrói o investimento efectuado ao longo de muitos anos na promoção dos territórios", considera Miguel Sousinha.
Lançou um repto aos deputados eleitos pelos Distritos de Leiria e Santarém: "Que, no âmbito das suas competências no seio dos seus grupos parlamentares, intervenham na defesa daquilo que é um dos sectores mais dinâmicos da economia portuguesa, de forma a corrigir um erro de quem, na realidade, não conhece verdadeiramente o território nem este sector e não sabe o que anda a fazer".