Desemprego continua a afectar maioria dos ex-trabalhadores da Opel
Mais de metade dos 1.100 antigos funcionários da Opel, da Azambuja, estão ainda à procura de trabalho. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional revelam que 680 ex-trabalhadores que sairam da fábrica continuam a receber subsídio de desemprego. Segundo a agência Lusa, o desemprego afecta sobretudo os menos qualificados e que estavam afectos à linha de montagem dos automóveis. Entre os que encontraram emprego, uma minoria trabalha em autarquias, outros tentam abrir um negócio próprio com os apoios do IEFP e outros deverão estar a trabalhar por conta própria ou em oficinas da área automóvel.
Alguns dos inscritos em entrevistas nos Centros de Emprego dizem que as condições oferecidas são, em geral, bastante más. "As condições são muito precárias, querem que se faça muitas horas e pagam mal", disse à Lusa Joaquim Carreira, 40 anos, que trabalhou 16 ao serviço da Opel como administrativo e fiel de armazém. Também ainda no desemprego - mas com pouca esperança de encontrar trabalho, depois de 30 anos de fábrica - Alberto Borrego, 53 anos, afirmou que "as hipóteses são poucas ou nenhumas. Nem ofertas tenho e quando vou à procura dizem-me para ganhar juízo", lembrando que ainda não tem idade para se reformar.
Sorte diferente teve Carlos Rego, que, após 16 anos de trabalho na secção de compras e manutenção, encontrou um emprego semelhante nas oficinas da autarquia. O antigo porta-voz da comissão de trabalhadores da Opel, Paulo Vicente, tem um projecto para abrir um negócio na área da informática, mas ainda continua à espera de aprovação. Durante este ano aproveitou para fazer o 9º ano no programa Novas Oportunidades, tendo obtido o 9º ano de escolaridade. "A maioria ainda não encontrou trabalho. Sei que vão fazendo cursos pelo centro de emprego, outros que eram bate-chapa ou pintores têm alguma facilidade mas esses serão umas três dezenas", disse Paulo Vicente. |